Quem achava que se consultar com um médico ou enfermeiro a quilômetros de distância era uma visão futurista da saúde pode se considerar nesse futuro. Afinal, a telemedicina já faz parte do dia a dia dos usuários de boa parte dos planos de saúde, especialmente depois da pandemia de Covid-19.
Ao lado dela, outras tecnologias aplicadas na área ganham cada vez mais destaque, como os wearables, ou dispositivos móveis vestíveis, e a inteligência artificial (IA) generativa, capaz de aprender padrões complexos de comportamento a partir de uma base de dados.
Para quem cuida da saúde das pessoas, essa ferramenta facilita uma série de processos, por vezes burocráticos, como o registro clínico das informações do paciente no prontuário eletrônico. A partir de uma parceria com o Chat-GPT, a operadora de saúde Alice, por exemplo, conseguiu facilitar o preenchimento do prontuário digital proprietário e, com isso, reduzir 60% do tempo gasto pelos profissionais de saúde com os registros clínicos.
Em 83% dos registros gerados pela IA, a precisão das informações foi superior a 80%. Para todos os profissionais de saúde da operadora, isso significou uma maior qualidade no processo, com tempo de sobra para cuidar, de fato, dos pacientes – esses profissionais perdem cerca de 40% do dia a dia com tarefas burocráticas.
Na área administrativa, também é possível perceber benefícios da IA. Uma vez aplicada na análise de dados, a tecnologia deixa os colaboradores administrativos mais livres para lidar com atividades que ainda demandam a intervenção de pessoas, como o processo de portabilidade de um plano de saúde, por exemplo.
Inteligência artificial ajuda no cuidado da saúde
Outro uso da IA para a saúde privada é a partir da coordenação de cuidado, ou quando serviços e profissionais organizam-se em prol de uma atenção completa e ordenada, do início ao fim.
Na prática, a coordenação de cuidado acontece quando o paciente não precisa repetir o histórico de saúde a cada consulta porque o profissional que o atende já tem acesso às informações preenchidas por outro colega ou IA. Outro exemplo é quando toda a jornada de saúde que a pessoa precisa percorrer já é de conhecimento de todos – desde os profissionais do primeiro atendimento até os hospitais, para o caso de uma cirurgia, por exemplo.
A tecnologia também facilita o cuidado feito pelo próprio paciente, quando ela organiza as próximas consultas, envia lembretes dos exames que devem ser feitos, bem como qual será o endereço do próximo atendimento ou alerta para a necessidade de um rastreamento importante, como o exame papanicolau para o câncer de colo de útero, a mamografia para o câncer de mama ou o PSA para o câncer de próstata.
Há também ferramentas de IA que customizam questionários individualizados, com o objetivo de coletar informações de saúde mais acuradas e, ao mesmo tempo, favorecer o engajamento dos pacientes. Elas ainda propõem linhas de cuidado e protocolos específicos baseados no perfil do paciente ou da condição diagnosticada.
Existe até mesmo um termo específico para isso, o clinical decision support system ou, em português, sistema de apoio à decisão clínica. Vale destacar que propor não significa, necessariamente, determinar como será o tratamento, já que o papel dos profissionais de saúde continua imprescindível.
Como a inteligência artificial pode ajudar a saúde dos colaboradores?
A inteligência artificial também está a serviço da saúde, bem-estar, engajamento e performance dentro das empresas – basta ter acesso a uma base de dados.
Há algoritmos que conseguem prever, com seis meses de antecedência e com cerca de 75% de precisão, quando um funcionário não está engajado com a empresa e está considerando solicitar o desligamento, como a ferramenta da Gupy, empresa de tecnologia para RH, por exemplo.
A partir disso, a empresa consegue avaliar quais são os fatores que levaram a esse cenário e como atuar nessas frentes. Uma solução pode ser a oferta de benefícios que favoreçam a atração e a manutenção de profissionais talentosos, como planos de saúde para empresas.
E isso não vale apenas para empresas médias ou grandes. Mesmo quem é microempreendedor individual (MEI) ou possui uma empresa pequena também pode crescer e incentivar a vinda de novos talentos a partir de benefícios, como um plano de saúde para o seu CNPJ.