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Nanotecnologia na saúde

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Adriano Luz

Com o decorrer do tempo a tecnologia avança cada vez mais, trazendo inovações para todos os campos profissionais, especialmente para a medicina. Em 1959 foi cogitada pela primeira vez a ideia de se ter um recurso capaz de manipular moléculas e átomos, mas foi somente em 1990 que a ideia ganhou força e nome: nanotecnologia. E a partir de então vem sendo aprimorada e estudada dentro da vertente da medicina por ter o potencial de revolucionar a saúde humana de diversas formas. A capacidade de manipular e controlar materiais em escala nanométrica pode levar a avanços significativos em áreas como o diagnóstico, tratamento e prevenção de doenças.

Nesse artigo veremos porque a nanotecnologia na saúde se tornou tão importante e porque é vista como a revolução da medicina. Mas antes, vamos estender o termo e seu significado.

Nanotecnologia nada mais é do que o conjunto de processos e aparelhos que controlam materiais em nanoescala, que seriam nanopartículas, ou seja, partículas com menos de 100nm (nanômetros), escala atômica e escala molecular. Para nível de comparação, uma folha de jornal possui 100.000nm, enquanto uma molécula de DNA possui apenas 2,5nm. Basicamente, a nanotecnologia promove a construção de novas estruturas moleculares a partir dos átomos já existentes, permitindo assim que sejam feitas melhorias nessas novas construções do que nas “originais”.

Aplicações da Nanotecnologia na Medicina

Uma das aplicações mais promissoras da nanotecnologia na saúde, conhecida também como nanomedicina, é na criação de nanorrobôs que podem viajar pelo corpo humano e realizar tarefas específicas, como a detecção de células cancerígenas. Esses robôs podem ser projetados para terem o tamanho de uma única célula, o que lhes permitiria alcançar locais inacessíveis por outros meios.

Além disso, a nanotecnologia também tem o potencial de melhorar a precisão e eficácia de muitos tratamentos médicos. Por exemplo, pode ser usada para criar nanopartículas que possam transportar medicamentos diretamente para o local de uma infecção ou tumor, minimizando os efeitos colaterais em outras partes do corpo. Isso também poderia melhorar a eficácia de terapias atuais, como a quimioterapia, reduzindo a dose necessária de medicamentos e aumentando a eficácia dos tratamentos.

A nanotecnologia também pode ter um papel importante na criação de materiais médicos mais avançados e duráveis, sendo usada para melhorar as propriedades dos materiais utilizados em implantes médicos, tornando-os mais resistentes a infecções e menos suscetíveis a danos. Ademais, ela pode ajudar a criar materiais biocompatíveis, que podem ser integrados mais facilmente no corpo humano, reduzindo o risco de rejeição.

No campo de diagnósticos ela também desempenha um papel importante, criando novos métodos para tal. Por exemplo, nanopartículas podem ser usadas para criar sensores que possam detectar biomarcadores de doenças específicas no sangue ou na urina, permitindo diagnósticos mais rápidos e precisos. Ainda, a nanotecnologia pode ajudar a criar sistemas de imagem mais avançados, como a ressonância magnética molecular, que pode detectar doenças em um nível celular.

A Nanotecnologia na Prática: Vendo Alguns Casos

Fibromialgia - A chegada de um aparelho no Brasil que possibilita um ultrassom terapêutico e a emissão controlada de laser alegrou pacientes que sofrem desta doença patológica. Este aparelho nanotecnológico reduz significantemente a dor daqueles que sofrem intensamente, e pode até mesmo ajudar a reduzir a quantidade de remédios utilizados para fibromialgia.

Parkinson e Alzheimer - Pesquisadores chineses, americanos e brasileiros estão trabalhando em conjunto e desenvolvendo um aparelho nanotecnológico que acreditam que será capaz de diagnosticar precocemente doenças como diabetes, câncer de pâncreas, mal de parkinson (paciente apresenta tremor nas mãos) e alzheimer (envolve a perda de memória recente).

Nanotecnologia e o Lado Negativo

Embora a nanotecnologia ofereça muitas possibilidades emocionantes na saúde, ainda há muitos desafios a serem superados antes que essas tecnologias possam ser implementadas em larga escala. Um dos desafios é garantir o bom uso e desempenho das nanopartículas e dos nanorrobôs. Além disso, a nanotecnologia deve ser usada de forma responsável, tornando importante que a pesquisa e desenvolvimento dessas tecnologias sejam realizados com cuidado, a fim de maximizar os benefícios enquanto minimiza os riscos. É essencial que haja uma colaboração efetiva entre cientistas, médicos, reguladores e a indústria para garantir que as tecnologias sejam desenvolvidas de forma ética, segura e responsável.

Uma grande preocupação relacionada à nanomedicina é a possibilidade de efeitos adversos à saúde humana e ao meio ambiente. Como as nanopartículas são tão pequenas, elas podem entrar em contato com as células do corpo humano e se comportar de maneira diferente do que materiais maiores. Por exemplo, algumas nanopartículas podem ser tóxicas para as células, ou podem se acumular em certos órgãos, causando danos a longo prazo.

Para minimizar esses riscos, é importante que os cientistas realizem testes rigorosos em laboratório antes de levar as tecnologias para testes em seres humanos. Os reguladores devem estabelecer diretrizes claras para o uso seguro da nanotecnologia na área da saúde, a fim de proteger a todos.

Outra preocupação com a nanotecnologia é o custo. Atualmente, muitas das tecnologias de nanotecnologia são caras e difíceis de produzir em grande escala. Isso pode dificultar o acesso a essas tecnologias para pessoas em países em desenvolvimento ou para aqueles que não podem pagar por tratamentos caros.

Para abordar essa questão, é importante que haja mais investimentos em pesquisa e desenvolvimento de tecnologias de nanotecnologia acessíveis e escaláveis, sendo essencial que os governos e a indústria trabalhem juntos para encontrar maneiras de tornar essas tecnologias acessíveis a todos.

Escrito por Ellen Parra, estudante de psicologia.


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