O lixo eletrônico, também chamado de e-lixo, tem potencial de transformação e pode até ser lucrativo para as empresas geradoras. Resíduos de aparelhos eletroeletrônicos como televisores, tablets, notebooks e smartphones, quando manejados corretamente, ganham vida nova. Isso pode significar faturamento para as geradoras e menos degradação ambiental.
Por outro lado, quando descartado de qualquer maneira, o lixo eletrônico pode ser extremamente prejudicial à saúde e ao meio ambiente. As geradoras precisam ter uma postura responsável em relação a esses materiais, já que eles podem conter metais pesados. Entre as substâncias que podem ser danosas estão, por exemplo: chumbo, arsênio, mercúrio, cobre, cádmio, zinco, entre outros.
Nessa postagem mostraremos como é formado o lixo eletrônico, como destinar corretamente esse material e as leis ambientais para o manejo desses resíduos.
A necessidade de gerenciar corretamente o lixo eletrônico é cada vez mais premente devido, entre outros fatores, ao excesso de material gerado. O grande volume de lixo eletrônico no Brasil é consequência da grande demanda pelos aparelhos eletrônicos.
Em média são gerados no Brasil cerca de 1,5 milhão de toneladas de lixo eletrônico por ano, o que coloca o país em 2º lugar no ranking de países que mais geram e-lixo nas Américas, ficando atrás apenas dos Estados Unidos e ficando em 7º lugar no ranking mundial que tem como maiores produtores: China, Estados Unidos, Japão, Índia, Alemanha e Reino Unido.
Todos os aparelhos que dependem do uso de corrente elétrica ou de campos eletromagnéticos são chamados de eletrônicos. Eles são classificados em quatro grupos:
- Linha branca: refrigeradores e congeladores, fogões, lavadoras de roupa e louça, secadoras, condicionadores de ar;
- Linha marrom: monitores e televisores de tubo, plasma, LCD e LED, aparelhos de DVD e VHS, equipamentos de áudio, filmadoras;
- Linha azul: batedeiras, liquidificadores, ferros elétricos, furadeiras, secadores de cabelo, espremedores de frutas, aspiradores de pó, cafeteiras;
- Linha verde: computadores desktops e laptops, acessórios de informática, tablets e telefones celulares.
Os resíduos são formados em sua maioria quando esses aparelhos perdem sua vida útil ou quando são substituídos por modelos mais modernos e eficientes. Entre a sucata eletrônica estão materiais como plásticos, vidro e alumínio. Podem estar presentes, também, metais pesados com risco de contaminação da natureza e de indivíduos.
Devido ao potencial tóxico, o lixo eletrônico não pode ser descartado diretamente no meio ambiente ou em aterros sanitários. A Política Nacional de Resíduos Sólidos é categórica quanto ao gerenciamento do e-lixo. Por meio da Lei 13.576 a determinação é que os diversos setores envolvidos com a geração do lixo eletrônico adotem a logística reversa.
O método reverso se baseia no recolhimento dos produtos depois de usados pelo consumidor. Deve haver um esforço conjunto de empresas fabricantes, importadoras ou comercializadoras dos produtos para coletar esse material. A implantação de Pontos de Entrega Voluntária (PEVs) é fundamental para que o consumidor deposite o produto pós-uso.
O passo seguinte é o lixo eletrônico ser recolhido e ter seu manejo realizado corretamente.
Entre as opções mais acertadas para o manejo do lixo eletrônico está a reciclagem. A vantagem desse método é que ele dá vida nova aos resíduos, transformando-os em matéria-prima ou subproduto com valor comercial.
A transformação do e-lixo é fundamental para poupar o meio ambiente, evitando a contaminação de solos, mananciais e o surgimento de doenças. Com a reciclagem, menos recursos naturais vão ser explorados e menos resíduos são gerados.
Além disso, o que era sucata eletrônica vira renda para a geradora, com a implantação de tratamentos e comercialização dos novos materiais obtidos.
Entre a sucata eletrônica, existem materiais que podem ganhar vida nova e gerarem renda, como os materiais listados abaixo:
- Plásticos: podem ser reciclados por processo mecânico, químico ou energético;
- Estanho e cobre: podem ser obtidos a partir de placas de circuito eletrônico microcomputadores, pelo processo de lixiviação;
- Alumínio: o processo de reciclagem inclui retirada de impurezas, picotagem e fundição. O material é derretido e transformado em alumínio líquido, base para lingotes ou chapas de alumínio.
Para fazer a gestão correta do lixo eletrônico, os conhecimentos de uma consultoria podem ser decisivos. Várias empresas do ramo de descarte de eletrônicos possuem profissionais capazes de orientar sobre a legislação pertinente ao e-lixo, implantação de logística reversa e tratamentos da sucata eletrônica.
Para localizar algumas dessas consultorias basta fazer uma pesquisa rápida na internet para encontrar dezenas delas. Muitas consultorias de informática podem lhe indicar empresas especializadas em descarte de eletrônicos.
O lixo eletrônico tem manejos ecologicamente corretos e que podem evitar a degradação ambiental. O e-lixo tem potencial de transformação, começando pelo recolhimento via logística reversa. Com a implantação de tratamentos, resíduos eletrônicos podem ganhar vida e serem lucrativos para as empresas geradoras.
Mas também existe a possibilidade de realizar o descarte de forma correta utilizando meios disponibilizados pelo poder público.
Fonte: Blog da ICMP.