Computação em Nuvem - SaaS, PaaS, IaaS
Tento tratar aqui no blog sempre das tendências tecnológicas, ou seja, dos conhecimentos que o profissional de TI precisa para se manter atualizado com as necessidades do mercado e ter mais chance de ascensão na carreira.
Por isso, há tempos comecei a relacionar materiais, artigos, ebooks e outros conteúdos que desenvolvi sozinho e com alunos, orientandos, parceiros, amigos, etc.
O conteúdo de hoje é baseado no excelente artigo do Lipe Teixeira, cujo TCC orientei em 2012, mas cuja qualidade foi tamanha, que até hoje serve de referência sobre o tema. A rigor, compartilhei o artigo em formato PDF aqui desde 2012, mas resolvi extrair do artigo os conceitos fundamentais da computação em nuvem e construir este novo post, com um enfoque mais didático.
Espero que aproveite!
O termo computação em nuvem teria surgido em 1997 em uma palestra realizada por Ramnath Chellappa, porém em algumas literaturas o conceito de computação em nuvem é também atribuído a John Mccarthy, que a respeito disse: “A computação pode algum dia ser considerada como uma utilidade pública”.
O próprio John McCarthy foi além e apresentou o conceito sobre a computação por tempo compartilhado (time sharing), que poderia permitir que um computador fosse utilizado simultaneamente por dois ou mais usuários a fim de realizar tarefas, aproveitando o período de tempo disponível entre cada processo. Utilizando o computador em conjunto, era possível aproveitá-lo melhor, diminuindo gastos, pois o usuário pagaria somente pelo tempo de utilização do equipamento, ou no caso, da tecnologia da nuvem.
Para entendermos de fato a essência da computação em nuvem, vamos analisar o conceito da NIST (National Institute of Standards and Technology), que em tradução nos diz:
"A Computação em Nuvem é um modelo que possibilita acesso, de modo conveniente e sob demanda, a um conjunto de recursos computacionais configuráveis (por exemplo, redes, servidores, armazenamento, aplicações e serviços) que podem ser rapidamente adquiridos e liberados com mínimo esforço de configuração ou interação com o provedor de serviços."
Dizemos que a Computação na Nuvem, ao contrário do modelo tradicional, para construir ou atualizar infraestruturas de TI, os usuários não têm que se preocupar com a instalação, configuração e atualização de softwares, adequação do espaço físico e de recursos humanos, além de outros gastos como com licenças de softwares. O modelo na nuvem preza por uma abstração que oculta toda essa complexidade de infraestrutura e tecnologias empregadas para oferecer um conjunto de recursos computacionais configuráveis que podem ser requisitados e entregues de forma ágil e simples, evitando assim qualquer tipo de mediação com a contratada.
A tecnologia evoluiu tanto que atualmente existem vários fornecedores que oferecem esse tipo de serviço, que tem ganhado ênfase e um crescimento muito grande nos últimos anos, e os produtos comercializados e os preços variam de acordo com os fornecedores e o tipo de serviço desejado.
A Amazon, por exemplo, através do Elastic Compute Cloud oferece serviços de máquinas virtuais e ciclos extras de processamento para empresas. A Amazon foi uma das pioneiras a proporcionar serviços em nuvem.
Já o Google disponibiliza o Google Docs, Google Applications, entre outros. A Microsoft com o Windows Azure possibilita que possamos hospedar diversos sistemas operacionais e outros serviços na Nuvem. Com o avanço podemos notar claramente que as principais empresas de tecnologia têm cada vez mais se curvado para a computação na nuvem, investindo e adaptando seus serviços para essa tecnologia.
Apesar de ainda ser pequeno quando comparado aos demais países, o mercado brasileiro, principalmente o corporativo tem abraçado cada vez mais esse modelo. Segundo o IDC, o crescimento previsto para os próximos três anos no Brasil é cerca de 74%, financeiramente falando teremos o valor que gira em torno de 798 milhões de dólares investidos por empresas brasileiras na tecnologia até o fim de 2015, o que nos leva a crer que cada dia mais grandes empresas começam a despertar e vê com bons olhos o que antes era uma tecnologia inexplorada e totalmente desconhecida.
Computação em Nuvem - Guia Completo para Iniciantes
Fundamentos da Computação Em Nuvem
As características essenciais são as vantagens que as soluções de computação em nuvem oferecem. Em conjunto, algumas essas características definem a computação em nuvem e fazem a distinção com outros paradigmas.
São cinco as principais características deste tipo de solução.
Escalabilidade e Elasticidade
Tanto os conceitos de escalabilidade, quanto de elasticidade, são semelhantes quando nos referimos à capacidade que um ambiente possui de entregar volumes em transformação de cargas de trabalho ao realizar ajustes de recursos no sistema. É importante deixar claro que tanto a escalabilidade quanto a elasticidade, além de exigir que o sistema reja a aumento de cargas, também exige na sua diminuição, o que muitas vezes costuma ser negligenciado, tornando-se um problema difícil de resolver.
Elasticidade é a capacidade de rápido provisionamento e desprovisionamento, com capacidade de recursos virtuais praticamente infinita e quantidade adquirível sem restrição a qualquer momento.
Uma definição mais atual para a elasticidade, caracteriza como o grau no qual um sistema é capaz de se adaptar à variações na carga de trabalho pelo provisionamento e desprovisionamento de recursos de maneira autonômica, de modo que em cada ponto no tempo os recursos disponíveis combinem com a demanda da carga de trabalho o mais próximo possível.
Para notar a diferença entre escalabilidade e elasticidade, basta observar o intervalo de tempo em que acontecem mudanças no ambiente e principalmente quando é possível prevê-las para que a plataforma possa lidar com essas mudanças antes que elas realmente aconteçam.
Em outas palavras, a escalabilidade é mais utilizada para descrever os procedimentos e mecanismos que são aplicados a um sistema com mudanças nas quais são previsíveis, mudanças essas que geralmente são de um volume de carga de trabalho em um período de tempo, ou seja, mesmo que os ajustes sejam feitos manualmente, com base em estatísticas coletadas pode haver um planejamento de capacidade adequado com uma certa antecedência.
A elasticidade é utilizada em casos em que a mudança nas cargas de trabalho ocorrem de forma mais rápida, com aumentos ou quedas em um período curto de tempo, geralmente com nenhum ou pouco aviso prévio, esse tipo de mudança exige um sistema muito mais flexível, preparado e automatizado, que reaja a mudanças sem a necessidade de intervenções manuais.
Self-Service Sob Demanda
Cada dia mais as empresas precisam de agilidade na resolução dos seus problemas para que dessa forma possam atender seus clientes da melhor forma possível. Com a computação em nuvem, quando o cliente deseja realizar alguma alteração na sua plataforma virtual o mesmo espera que seja atendido de forma ágil.
Partindo dessa necessidade, a nuvem deve permitir que o próprio usuário consiga realizar seu autoatendimento, ou seja, o próprio cliente pode gerir o seu ambiente, realizar suas solicitações, personalizar, pagar e usar os serviços que são oferecidos sem nenhum ou com o mínimo de intervenção humana/provedor de serviço possível.
Faturamento e Medição Por Uso
Uma grande vantagem da computação na nuvem é em relação as tarifas cobradas pela sua utilização. O pagamento pela utilização dos serviços na nuvem só é realizado quando os serviços são de fato utilizados, sendo que esta medição de uso dos recursos deve ser feita de forma automatizada. O sistema de contabilização é utilizado em um nível de abstração que pode variar de acordo com o tipo de serviço, tais como horas de utilização, armazenamento, processamento, largura de banda e contas de usuário ativas.
Para garantir a qualidade, pode-se utilizar a abordagem baseada em SLA. O SLA fornece informações sobre os níveis de disponibilidade, funcionalidade, desempenho ou outros atributos do serviço como o faturamento e até mesmo penalidades em caso de violação destes níveis.
Amplo Acesso à Rede
Amplo acesso a rede significa dizer que os serviços da nuvem devem ser acessíveis de qualquer tipo de plataforma. São utilizados mecanismos padrões que promovem o uso de plataformas heterogêneas.
Assim, o cliente pode acessar tanto de seu celular quanto de seu PC ou qualquer outro tipo de plataforma. Geralmente os softwares clientes instalados localmente para o acesso à nuvem são leves, e a maioria exige apenas um navegador de Internet.
Infraestrutura computacional, plataformas de desenvolvimento e aplicações são acessadas via rede através de protocolos padrão, e essa flexibilidade permite a utilização dos serviços por máquinas clientes que variam de desktops robustos a dispositivos com limitação de recursos.
Pooling de Recursos
É fato que cada usuário possui suas necessidades, necessidades essas que dependendo do público alvo, demandam um leque de serviços que tenham capacidade de atender de forma abrangente os requisitos dos clientes como um todo, desde os serviços de infraestrutura a serviços de plataforma e serviços de software.
O pooling de recursos nada mais é do que um leque de recursos computacionais do provedor, sejam eles físicos ou virtuais, organizados para servir seus clientes em um modelo denominado multi-inquilino, ou seja, os usuários não necessitam conhecer o escopo do pool de serviços do seu provedor, o importante é conhecer as informações e recursos que estão alocados para o seu ambiente.
Tipos de Nuvem
Atualmente temos vários modelos em nuvem, cada um possui suas próprias características nativas, pontos positivos e negativos, e não existe um modelo absoluto empregado para todos os tipos de soluções. Pelo contrário, cada um deles possui suas próprias especificidades, fazendo com que muitas vezes um modelo seja complemente diferente do outro.
Um ambiente pode prezar mais pela segurança, enquanto que o outro priorize disponibilidade, e assim por diante. Exatamente por conta disso, ambientes possuem várias soluções diferentes em uma única plataforma, o que acaba funcionando muito bem.
Nuvem Privada
No modelo de implantação de nuvem privada, ou particular, a infraestrutura de nuvem é utilizada exclusivamente para uma organização, sendo esta nuvem local ou remota e administrada pela própria empresa ou por terceiros.
Neste modelo de implantação são empregados políticas de acesso aos serviços. As técnicas utilizadas para prover tais características podem ser em nível de gerenciamento de redes, configurações dos provedores de serviços e a utilização de tecnologias de autenticação e autorização.
Nuvem Pública
No modelo de implantação de nuvem pública, a infraestrutura de nuvens é disponibilizada para o público em geral, sendo acessada por qualquer usuário que conheça a localização do serviço.
Neste modelo de implantação não podem ser aplicadas restrições de acesso quanto ao gerenciamento de redes, e menos ainda, utilizar técnicas para autenticação e autorização.
Nuvem Comunitária
No modelo de implantação de nuvem de comunidade ocorre o compartilhamento por diversas empresas de uma nuvem, sendo esta suportada por uma comunidade específica que partilha interesses, tais como a missão, os requisitos de segurança, política e considerações sobre flexibilidade.
Este tipo de modelo de implantação pode existir localmente ou remotamente e geralmente é administrado por alguma empresa da comunidade ou por terceiros.
Nuvem Híbrida
No modelo de implantação de nuvem híbrida, existe uma composição de duas ou mais nuvens, que podem ser privadas, comunidade ou pública e que permanecem como entidades únicas, ligadas por uma tecnologia padronizada ou proprietária que permite a portabilidade de dados e aplicações.
Computação em Nuvem - Modelos de Serviços (SaaS, PaaS, IaaS)
Modelos de Serviços
A arquitetura da computação em nuvem pode ser dividida em três camadas abstratas. A mais baixa das camadas é infraestrutura como serviço (IaaS), a segunda é plataforma como serviço (PaaS) e última, a camada de software como serviço (SaaS).
Cada camada pode possuir seu gerenciamento ou monitoramento de forma independente das outras camadas, melhorando a flexibilidade, reusabilidade e escalabilidade no sentido de substituição ou adição de recursos computacionais sem afetar as outras camadas.
Iaas – Infra Estrutura como Serviço
O termo original foi criado em março de 2006 pelo economista Nicholas Carr e chamava-se Hardware as a Service (HaaS), mas no final de 2006 começou a ser chamado de pelas empresas como Infraestrutura como Serviço (IaaS) e hoje é assim comumente denominado.
A ideia básica é que o usuário, em vez de adquirir e instalar servidores e equipamentos de rede em um datacenter, poderia usar estes recursos a partir de um provedor externo.
Mas, diferentemente dos modelos tradicionais de outsourcing, a computação em nuvem não reserva um determinado recurso ao contratante, e sim aloca de forma dinâmica e automática os seus recursos para atender aos requisitos de demanda do cliente.
A capacidade prevista para o usuário é a prestação de transformação, armazenamento, conectividade e outros recursos computacionais fundamentais que o usuário seja capaz de implantar e executar programas arbitrários, que podem incluir sistemas operacionais e aplicativos.
O usuário não administra ou controla a infraestrutura de nuvem subjacente, mas tem controle sobre os sistemas operacionais, armazenamento, aplicativos implantados, e, eventualmente, o controle limitado de componentes de rede selecionados (por exemplo, firewalls).
A mais baixa das camadas é a de infraestrutura (IaaS), e através dela os prestadores disponibilizam os serviços de rede e armazenamento da nuvem. Nesta camada temos os datacenters, clusters, desktops e outros recursos de hardware, podendo ter recursos heterogêneos.
Portanto, se o usuário contrata uma solução de IaaS, contrata uma infra-estrutura capaz de executar e hospedar seu software sobre o sistema operacional que o usuário escolher, instalar, administrar e gerenciar. Maior controle implica maior responsabilidade.
A IaaS traz os serviços oferecidos na camada de infraestrutura, e nestes serviços podemos incluir servidores, roteadores, sistemas de armazenamento de dados, bancos de dados e outros recursos de computação.
O IaaS traz algumas características, como uma interface única para administração da infraestrutura, uma API para interação com hosts, switches, roteadores e o suporte para a adicionar novos equipamentos de forma simples e transparente.
O termo IaaS refere-se a uma infraestrutura computacional baseada em técnicas de virtualização de recursos de computação. Esta infraestrutura pode escalar dinamicamente, aumentando ou diminuindo os recursos de acordo com as necessidades das aplicações.
O modelo IaaS é semelhante a Utility Computing, em que a ideia básica é oferecer serviços de computação. Ou seja, você paga pela quantidade de poder de processamento, espaço em disco, o que você realmente consumir.
IaaS é tipicamente um serviço associado com a computação em nuvem e se refere a serviços online em que é abstraído do usuário os detalhes da infra-estrutura, incluindo os recursos de computação física, localização, particionamento de dados, escalonamento, segurança, backup, e assim por diante. Na computação em nuvem, o fornecedor do serviço tem o controle completo da infra-estrutura.
O nível de infraestrutura de software fornece recursos fundamentais para camadas de nível superior, permitindo a criação de novos ambientes de software ou novas aplicaçõesm, podendo ser organizado em: recursos computacionais, armazenamento de dados e comunicação.
PaaS – Plataforma como Serviço
A PaaS oferece uma infraestrutura de alto nível de integração para implementar e testar aplicações na nuvem. O usuário que é assinante em uma plataforma hospedada remotamente, não administra ou controla a infraestrutura subjacente, incluindo desenvolvimento de aplicativos, de interfaces e de banco de dados, armazenamento, teste e assim por diante, mas tem controle sobre as aplicações implantadas e, possivelmente, as configurações de aplicações hospedadas nesta infraestrutura.
A PaaS fornece um sistema operacional, linguagens de programação e ambientes de desenvolvimento para as aplicações, auxiliando a implementação de softwares, já que contém ferramentas de desenvolvimento e colaboração entre desenvolvedores.
Em geral, os desenvolvedores dispõem de ambientes escaláveis, mas eles têm que aceitar algumas restrições sobre o tipo de software que se pode desenvolver.
Do ponto de vista do negócio, a PaaS permitirá aos usuários utilizarem serviços de terceiros, aumentando o uso do modelo de suporte no qual os usuários se inscrevem para solicitações de serviços de TI ou de resoluções de problemas pela web. Com isso, pode-se descentralizar uma carga de trabalho e responsabilidades nas equipes de TI das empresas.
A camada de plataforma como serviço (PaaS) está acima da camada de infraestrutura e provê os serviços para que as aplicações possam ser desenvolvidas, implementadas, testadas e trazidas para o ambiente da nuvem pelos prestadores de serviços.
Nesta camada de desenvolvimento os usuários finais não têm acesso, sendo ela destinada aos usuários mais experientes, ou seja, os desenvolvedores das soluções para computação em nuvem.
Neste segundo nível se encontra o ambiente de software, utilizado por desenvolvedores de aplicações para as nuvens, que implementam e implantam suas aplicações diretamente na nuvem. Os provedores destes serviços oferecem aos desenvolvedores um conjunto definido de APIs, as quais facilitam a interação entre o ambiente e as aplicações em nuvem, assim como o aumento da agilidade de implantação e o suporte à escalabilidade necessárias para tais aplicações.
Um exemplo deste tipo de serviço é o Google App Engine, o qual oferece um ambiente de desenvolvimento nas linguagens de programação Python e Java e APIs que permitem aplicações interagirem com a nuvem do Google.
Os prestadores de serviços que produzem um PaaS, por exemplo, podem construir essa plataforma considerando a integração de um sistema operacional, de um mediador, de softwares de aplicação e de um ambiente de desenvolvimento. Os prestadores de serviços que usarão essa plataforma veem-na como uma Interface de Programação de Aplicativos, ou API.
Eles irão interagir com a plataforma através da API sem ter a preocupação de gerenciar e escalar os recursos, o que torna o processo de desenvolvimento de aplicações mais rápido e simples. Por outro lado, esses prestadores de serviços ficam limitados pelas capacidades que a plataforma pode oferecer.
Segundo Anthony T. Velte em seu livro “Cloud Computing: A Practical Approach”, PaaS fornece todos os recursos necessários para construir aplicações e serviços completos a partir da internet, sem precisar baixar ou instalar software.
"A arquitetura PaaS oferece serviços que incluem design, desenvolvimento, testes, implantação e hospedagem. Outros serviços oferecidos são a colaboração em equipe, integração de serviços web, banco de dados integrados, segurança, escalabilidade, gerenciamento de estado, armazenamento e controle de versão."
Uma falha de PaaS é a falta de interoperabilidade e portabilidade entre os provedores. Isto é, se você criar um aplicativo com um fornecedor de Cloud e decidir ir para outro provedor, você pode não ser capaz de fazer isso ou você vai ter que pagar um preço elevado. Além disso, se o provedor sai do negócio, suas aplicações e seus dados serão perdidos.
SaaS – Software como Serviço
Em sua essência, o SaaS é uma forma de trabalho onde o software é oferecido como serviço. Assim, o usuário não precisa adquirir licenças de uso para instalação ou até mesmo comprar computadores ou servidores para executá-lo. Nessa modalidade, paga-se um valor periódico, somente pelos recursos utilizados e/ou pelo tempo de uso.
"O modelo SaaS é um modelo que entrega software como um serviço, de forma diferente do modelo tradicional, no qual a empresa adquire uma licença de uso e instala o software nos seus próprios servidores. Este modelo transforma a maneira como o software irá ser comercializado. Com o SaaS, também não são mais necessários os contratos de manutenção, pois essas atividades ficam a cargo do provedor e não mais da empresa. O usuário passa apenas a usar o software, sem preocupar-se com as atividades de instalação, manutenção e upgrades."
Enquanto o SaaS transfere a responsabilidade da implementação e manutenção do software para o provedor e libera recursos para outros projetos, a TI fica nas mãos do fornecedor em questão de disponibilidade, segurança e outros postos-chave.
A ideia é que o usuário deixe de utilizar o software “de caixinha” ou “sob encomenda” e passe a comprar software de acordo com suas necessidades.
Por exemplo: uma empresa de dez pessoas no lugar de encomendar um software pode pagar uma taxa mensal para usar um software com a quantidade de usuários que ela precisa. Essas mensalidades são relativamente baixas e se encaixam melhor na realidade de pequenas e médias empresas.
Como o software está na web, ele pode ser acessado pelos usuários de qualquer lugar e a qualquer momento, permitindo mais integração entre unidades de uma mesma empresa ou 55 outros serviços de software. Assim, novos recursos podem ser incorporados automaticamente aos softwares sem que os usuários percebam estas ações, tornando a evolução e atualização transparente dos sistemas.
O SaaS reduz os custos, pois é dispensada a aquisição de licença de software, porém é cobrada uma taxa mensal baseada no número de funcionários que acessam o serviço.
Um SaaS é disponibilizado por prestadores de serviços na camada de aplicação. Ele roda inteiramente na nuvem e pode ser considerado uma alternativa a rodar um programa em uma máquina local. Softwares de aplicação, como processadores de texto e sistemas de banco de dados, são exemplos de SaaS.
A Information Week fez uma pesquisa, na qual três quartos das empresas que usam o SaaS consideram os serviços do aplicativo muito importantes ou até essenciais, sendo que a pesquisa foi realizada com duzentos e oitenta e um profissionais de tecnologia de negócio, incluindo cento e trinta e um que usam o SaaS. Cerca de um terço descreveu seu aplicativo de SaaS como crítico ao negócio.
Apesar da importância, muitos líderes ainda tratam SaaS como AD Hoc. Dentre os usuários, 59% dizem que é um ponto de solução tática e apenas 32% o consideram parte das estratégias a longo prazo.
A razão primeiramente citada, para 37% dos usuários do modelo, é a rapidez na implementação. Conforme as empresas saem da recessão, com alta demanda de novas habilidades e, geralmente, com equipes de TI reduzidas, esse fator torna-se mais importante.
A velocidade é seguida pela economia nos gastos, citada por 25% dos adeptos. SaaS não é universal, mas entre os 47% dos entrevistados que o usam, SaaS vai além de automação na força das vendas. Aplicativos de RH, presença web, e-mail, serviço de suporte, colaboração, financeiro e backup são usados por um quarto ou mais dos consumidores de software como serviço.
Outro benefício, que torna-se poderoso com o tempo, é a demanda dos funcionários por mobilidade. SaaS força a TI a criar aplicativos acessíveis mais seguros fora do ambiente corporativo, seja para uso em Home Office, na estrada, via smartphone ou em computador pessoal.
Ao mesmo tempo, contratar uma solução SaaS exige o menor envolvimento sobre desenvolvimento, gerenciamento ou administração da solução. Porém, o usuário irá depender do software e funcionalidades oferecidas pela solução SaaS, o que deve oferecer um impacto em caso de mudança do provedor contratado.
Por exemplo, contratar uma solução SaaS CRM da Sales Force é diferente de contratar uma solução SaaS CRM da Microsoft, via o Dynamic CRM On-line. Tem que ter cuidado e reconhecer o tipo de serviço de nuvem que está sendo contratando. Reconhecer quais funcionalidades são únicas de cada provedor é importante e deve esclarecer seu grau de dependência com a solução contratada.
Outros tipos de Serviço
Além dos principais modelos de serviços apresentados anteriormente, temos algumas outras categorias:
Armazenamento como Serviço (StaaS): Storage as a Service, capacidade de utilização de um storage que existe fisicamente em um site remoto, é o componente mais primitivo da computação em nuvem, explorado pela maioria dos outros explicados anteriormente, é também um recurso para qualquer aplicativo que necessita algum tipo de armazenamento.
Banco de Dados como Serviço (DaaS): Database as a Service, é o poder de utilização dos serviços de um banco de dados hospedado remotamente, de forma que seja compartilhado com outros usuários. Deve funcionar como se o banco de dados fosse local. Atualmente Diversos fornecedores oferecem diferentes modelos, porém, seu principal objetivo é explorar a tecnologia de banco de dados que normalmente seria muito custoso em termos de hardware e licenças de software;
Informação como Serviço (InaaS): Information as a Service, é o consumo de qualquer tipo de informação, hospedada remotamente, por meio de uma interface bem definida, como uma API;
Processo como Serviço (PraaS): Process as a Service, é um recurso remoto que pode reunir muitos outros, tais como serviços e dados, independentemente se estão hospedados no mesmo recurso de Computação em Nuvem ou remotamente, para criar processos de negócio. Um processo de negócio pode ser considerado um aplicativo que abrange sistemas, explorando serviços e informações essenciais que são combinados em sequência para formar processos. Na maioria das vezes são mais fáceis de serem alterados do que os aplicativos, isso traz uma certa agilidade para quem o utiliza de forma correta.
Integração como Serviço (ItaaS): Integration as a Service, a partir da nuvem é capaz de fornecer recursos de integração, incluindo interface com aplicativos, mediação semântica, controle de fluxos, design de integração e assim por diante. A integração como serviço abrange a maioria dos recursos e das funções encontradas na tecnologia convencional de EAI, mas fornecidos como um serviço;
Segurança como Serviço (SeaaS): Security as a Service, é responsável pelo fornecimento de serviços de segurança essenciais remotamente, via Internet. Muitos dos serviços de segurança disponíveis ainda são bem simples, entretanto essa realidade tem mudado, atualmente gerenciamento de identidade entre outros recursos começam a ser oferecidos;
Gestão como Serviço (MaaS): Management as a Service, é o serviço de gerenciamento de tempo de atividade, topologia, utilização de recursos, virtualização que tenha por finalidade permitir e gerenciar um ou mais serviços de Computação em Nuvem, com a capacidade de aplicar políticas definidas para dados e serviços;
Teste como Serviço (TaaS): Testing as a Service, capacidade de realizar testes em sistemas locais ou fornecidos em nuvem empregando softwares e serviços de teste hospedados na nuvem. Embora um serviço de nuvem exija teste em si mesmo, os sistemas de teste como serviço podem verificar outros aplicativos em nuvem, web sites e sistemas empresariais internos.
Desenvolvimento como Serviço (DeaaS): Development as a Service, são ferramentas de desenvolvimento tomam forma na Computação em Nuvem como ferramentas compartilhadas, ferramentas de desenvolvimento web-based e serviços baseados em mashup;
Comunicação como Serviço (CaaS): Communication as a Service, é o uso de uma solução de comunicação unificada hospedada em data center do provedor ou fabricante;
Tudo como Serviço (EaaS): A grosso modo pode-se dizer que Everything as a Service, é a utilização de tudo que envolve tecnologia da informação e comunicação (TIC) como serviço, exemplo: infraestrutura, plataformas, software e suporte.
Recuperação de Desastres como Serviço (DraaS): Disaster Recovery as a Service, recurso aplicado em uma nuvem privada, também muito utilizado em conjunto com um serviço de nuvem pública para proteger dados e aplicativos em execução nestas nuvens. Nestes locais o acompanhamento dos níveis de temperatura e umidade é muito importante.
Conclusão
Em resumo, hoje é possível contratar (praticamente) tudo como serviço, trazendo enormes vantagens econômicas, de eficiência e agilidade para organizações de todos os portes.
Neste texto tentei destacar conceitos fundamentais, modelos para contratação de serviço e oportunidades de utilização de serviços na nuvem para otimizar a TI das empresas, seja pela contratação de um serviço de correio eletrônico na nuvem (porta de entrada para muitos para o SaaS) ou de uma plataforma de desenvolvimento (exemplo de uso de PaaS).
Dessa forma, espero que possa aproveitar o conhecimento acima para identificar oportunidades de aproveitar as vantagens da nuvem em benefício da sua organização e, por consequência, como instrumento de alavancagem da sua carreira!
Ficou com alguma dúvida?
Algum ponto que gostaria que abordássemos?
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Para saber mais, visite: http://blog.tecnologiaqueinteressa.com/2017/04/computacao-em-nuvem-guia-completo-para.html