Economia mundial e Internet das coisas
Segundo um relatório emitido em Setembro de 20015 pelo Fórum Internacional de Economia (World Economic Forum), até 2025 existirão mais de 1 trilhão de sensores conectados à internet. Com base em um estudo conduzido pela General Electric, a Cisco estima que a #Internet das coisas (IoT - Internet of Things) injetará cerca de 19 trilhões de dólares na economia mundial no decorrer dos próximos 20 anos.
Projeções como estas sempre nos despertam curiosidade (economistas e profissionais de TI adoram projeções!). Curiosidade que só não é maior do que a vontade de se antecipar dos empreendedores, na busca de um possível um lugar de destaque na prestações dos novos serviços que vêm por ai.
Nesta artigo, cito alguns modelos que estão surgindo, ou que ainda irão surgir, para explorar o potencial da #Internet das coisas (IoT).
Antes, é relevante contextualizar separadamente alguns grupos de players de mercado que são envolvidos com a inovação de que estamos falando. Entender estes segmentos é fundamental para imaginar claramente os exemplos que darei em seguida.
Os cinco principais grupos genéricos de players de mercado com IoT
Um guro de #Internet das coisas (IoT) chamado Mohit Agrawal - #CEO de Estratégia, Marketing e Planejamento da Microsoft - define cinco principais grupos genéricos ( * ) de fornecedores de serviços. Resumidamente, seriam estes:
Grupo 01 - Provedores de dispositivos
Produzem dispositivos inovadores que são capazes de conectar-se a internet, receber comandos e/ou fornecer recursos de #Inteligência Artifical (IA) como celulares, carros, máquinas, câmeras, dispositivos #Mobile, utensílios domésticos, sensores, sim cards e chips.
Exemplos: Apple, Intel, Nest, IBM, Samsung.
02 - Fornecedores de conectividade
Tratam-se dos serviços, por exemplo, de internet de banda larga, 3G, 4G, e os que ainda estão por surgir. São fornecidos por operadores de internet / empresas do ramo de telecomunicações.
03 - Provedores de plataforma
É considerado o principal grupo quando se trata de IoT. Tanto é, que são estes os mais reconhecidos fornecedores de soluções quando se trata desta inovação tecnológica. São provedores de soluções completas para os diferentes ramos de atuação da internet das coisas: kits para domicílios, soluções para cidades inteligentes, soluções para segmentos específicos empresariais.
Exemplos: Google, Cisco, Microsoft, IBM, Apple.
04 - Integradores de sistemas
Têm um papel essencial para evolução dos serviços de IoT, pois desenvolvem e integram soluções que abrangem sistemas, dispositivos, conectividade e gestão da informação. Afinal, nem sempre os kits genéricos de soluções estarão aptos a atender necessidades específicas.
Exemplos: Accenture, HCL, Infosys, IBM, Ericsson.
05 - Desenvolvedores de aplicativos
Empresas que desenvolvem os aplicativos para os mais diferentes tipos de dispositivos. É visto como um segmento que abre oportunidades, uma vez que é considerado um segmento de negócio relativamente democrático: até desenvolvedores independentes costumam aventurar-se.
* Para saber mais sobre estes grupos de players, vale a pena dar uma olhada no artigo de Mohit Agrawal: Business Models in Internet of Things.
Modelos de negócios com Internet das Coisas
Comercialização de produtos
Comercialização de dispositivos físicos, como tablets, smartphones, smarttvs, smartwatches, smartglasses, despertadores, luminárias, utensílios domésticos, roupas, ou qualquer "troço que você possa imaginar" que seja conectado à internet através de sensores (em alguns casos, acrescidos de um sistema operacional).
Pague o quanto usar - ativos como serviços
Graças a facilidade com que empresas podem monitorar e acompanhar seus ativos - conectados a distância -, novas possibilidades surgem para modelos em que consumidores pagam por alugueis, ou até pelo uso por curto período de tempo dos ativos como maquinas, veículos, computadores e instrumentos de trabalho.
Intermediários adquirirem e mantém frotas de ativos dispendiosos tais como equipamentos de agricultura e construção. O consumidor é cobrado com base na utilização real que fez destes ativos.
Para saber mais, recomendo: Asset Rental and Plant Hire.
Pague por performance
É um desdobramento do modelo baseado em serviço, semelhante ao contexto dos tradicionais SLA´s (Acordos de Nível de Serviço). Empresas podem cobrar seus clientes com base em performance de seus ativos, dirigida por parâmetros como produtividade, tempo médio entre falhas nos dispositivos, equipamentos ou redução de custos.
Venda de Dados - dados como Serviços
Empresas analisam e vendem o acesso a dados. Até aí ai não é novidade: trata-se do já conhecido modelo denominado Data as a Service (DaaS). Veja como exemplo este serviço Data as a Service da #Oracle.
A diferença está nas novas possibilidades de informações sobre a performance, status e uso de equipamentos, veículos, instrumentos, utensílios domésticos e tudo mais que sabemos que está ou passará a estar conectado à internet.
Uma empresa pode se apropriar das informações sobre o uso de um determinado produto dentro dos domicílios para implementar modificações que tornem sua oferta mais competitiva.
Muitos entusiastas especulam que poderá se expandir uma forma de serviços pela internet no modelo Answer as a Service (AaaS) como desdobramento do DaaS.
Automação de trabalho que envolve conhecimento
Imagine que, em vez de passar por um longo e cansativo período de auditoria, uma industria pudesse ser submetida a este processo de forma automatizada. Em uma determinada data pré acordada, um relatório é gerado -pela empresa responsável por auditar - e em poucos segundos o processo estaria concluído. Isso seria possível graças a sensores espalhados por todo ambiente, recursos e equipamentos dentro da industria.
Gerenciamento de ativos
Gerenciar ativos físicos torna-se uma tarefa bem menos complexa quando "as coisas" estão conectadas na internet. Empresas podem monitorar estoques e inventários em tempo real, reduzindo seus custos de logística enquanto ao mesmo tempo ganham eficiência no processo de manutenção corretiva e. Veja aqui como Oracle detalha esta tendência: Asset Tracking.
Cidades inteligentes
Através de soluções baseadas em #Internet das coisas (IoT), empresas oferecem serviços que podem eliminar problemas de estacionamento, reduzir custos de mautenção de ativos, melhorar a performance de iluminação, potencializar a emissão de notificações emergenciais, reduzir o tráfego urbano e acidentes. Falo em detalhes sobre isto aqui: Cidades Inteligentes Com Internet das Coisas.
Produto como ponto de venda
Os produtos físicos tornam-se u meio de vendas e serviços de marketing que o consumidor consome direta ou indiretamente através de dispositivos como SmartPhone, SmartTv ou em uma geladeira conectada a internet. Quem já viu um anúncio em sua SmartTv, justamente do produto que estava procurando sabe do que estou falando.
Gerenciamento remoto de produtos
As empresas de bens de consumo estão oferecendo gerenciamento remoto de produtos tais como aparelhos de ar condicionado com aplicações móveis para torná-los "inteligentes".
Muitas, ou pelo menos algumas, das pessoas que estão lendo este artigo já utilizam ou conhecem alguém que utiliza tais mecanismos para controlar o ambiente domiciliar remotamente.
Controle de suprimentos
Já utilizado por multinacionais inovadores há pelo menos uma década, cada vez mais empresas têm acesso e adotam automação do controle de suprimentos por meio da conexão de "coisas" à internet. Os aparelhos refrigeradores do Starbucks, por exemplo, encomendam por conta própria novos suprimentos quando necessário.