Imaginar o que vem pela frente quando se fala em #Marketing Digital é um exercício que inspira criatividade e uma alta dose de apetite pela pesquisa de novidades. No entanto, olhar para a história e entender os valores e princípios que orientam estratégias pode ser uma experiência bastante válida. O objetivo dessa série e desse artigo especificamente é resgatar parte da história (de maneira muito resumida) para embasar uma reflexão que eu tenho certeza que não é só minha, e que seguramente é indispensável para quem busca inovar e estar na vanguarda do mercado de Marketing Digital.
O surgimento do Google #Adwords, a plataforma de leilões de anúncios pagos do Google, está intimamente ligado ao nascimento e à missão da própria empresa. Mas que missão é essa? Pois bem: a missão do Google é organizar as informações do mundo e torná-las universalmente acessíveis e úteis.
Para fazer isso eles tiveram que abandonar os métodos de organização de websites em categorias utilizando editores humanos, além dos primeiros algoritmos baseados em frequência de palavras-chave. Estes métodos obviamente não seriam capazes de processar o volume de informações necessárias, nem oferecer a qualidade de resultados exigida.
Foi então que Sergey Brin e Larry Page chegaram à solução do problema com a criação de seu algoritmo PageRank. Basicamente este algoritmo favorecia as páginas que eram referenciadas por outras páginas, tendo mais peso as páginas que já haviam sido indexadas pelo próprio Google antes.
Nesse momento o Google concentrava-se exclusivamente no seu buscador orgânico, mas algumas iniciativas já despontavam na Web com soluções para anunciantes. Um novo e bom modelo de resultados pagos surgiu no mercado lançado pela Overture (que foi posteriormente comprada pelo Yahoo! em 2003). Neste serviço o anunciante basicamente veria seus anúncios ao lado ou intercalados aos resultados da busca, e só pagaria pelos cliques recebidos. O modelo (hoje reconhecidamente um sucesso) ainda baseava a relação com os anunciantes em um leilão simples, onde quem estivesse disposto a pagar mais pela palavra-chave teria seus resultados nas melhores posições.
O modelo era mais eficiente que o primeiro serviço lançado pelo Google, que se baseava apenas em custo por impressão, mas foi superado quando o Google introduziu no modelo custo por clique uma variável que condicionava o preço à taxa de sucesso esperada no anúncio em questão.
Essencialmente, o Google relativizava o preço de custo do clique que um anunciante precisaria pagar, assumindo que as ofertas de CPC (Custo Por Clique), se divididas pela taxa real de cliques de um anúncio, produziriam uma relação de receita mais vantajosa para a empresa. Em outras palavras, o Google deixou de se preocupar com quem oferecia o lance mais alto pela palavra-chave e passou a mirar em quem estava disposto a trazer mais receita para a empresa a partir da geração de mais transações.
Essa ponderação no preço de custo de um clique não apenas foi decisiva na maximização da receita do serviço como também, em alinhamento perfeito com a missão da empresa, contribuiu decisivamente para que os clientes percebessem um valor inigualável no serviço da empresa.
Rapidamente o Google conquistou resultados de share muito expressivos tendo substituído seus concorrentes não apenas na preferência de consumidores e anunciantes como também em alguns parceiros estratégicos. A evolução de seu algoritmo foi (e continua sendo) constante, e o conhecimento da empresa sobre o mercado publicitário permitiu outras inovações, como o lançamento de seu serviço de propaganda de pesquisa “contextuais”. Mas isso é tema para o próximo artigo.
Espero que tenham gostado e que tenha sido útil de alguma forma.
Marcelo Cruvinel
Sócio da Agência Ideia SEO