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Vale a pena fazer um MBA?

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Wellington Moreira CONTEÚDO EM DESTAQUE

Vale a pena fazer um MBA?


Nestes últimos vinte anos houve uma grande proliferação de faculdades pelo país, tornando possível a milhões de pessoas realizarem o sonho de cursar uma delas . O mesmo fenômeno ocorreu também com a oferta de cursos de pós-graduação lato sensu, que surgiram em grande número para atender às mais diferentes demandas.

E durante este mesmo período os cursos de MBA se tornaram o desejo de consumo de grande parte daqueles que almejam uma carreira executiva como decorrência do prestígio que estas três letrinhas conferem ao currículo. No entanto, muitos ainda têm dúvida se realmente vale a pena buscar uma capacitação desta natureza.

Surgido nos EUA, o MBA (ou Master in Business Administration) ainda é muito valorizado por lá pelo fato de garantir ao seu detentor o título de mestre em Administração , algo bem diferente da nossa realidade, já que aqui é enquadrado academicamente como um curso de especialização. Portanto, uma coisa é fazer um MBA no Brasil e outra é buscar uma formação semelhante lá fora, mesmo sabendo que nem todos concordam comigo.

Ainda, se até algum tempo atrás o simples título já recheava o portfólio profissional, a realidade já é outra . Como não há um padrão de qualidade superior a ser cumprido e muitas faculdades vêm utilizando a grife indiscriminadamente com ofertas das mais variadas – e sempre com o pomposo “MBA em alguma coisa” –, o mercado já absorveu que a simples conclusão do curso não serve como atestado de boa formação.

Também é preciso ter em mente que o mercado de trabalho valoriza a escassez. Quanto menos pessoas possuem um determinado MBA mais valorizado ele é – e vice-versa . Com isto não estou afirmando que você deva evitá-lo, mas é fundamental escolher bem o curso e a instituição de ensino para depois não perceber que jogou muito dinheiro fora.

Outra dica é refletir porque você quer fazer um MBA. Se há um propósito claro, fica mais fácil saber como alcançá-lo ou não com o curso pretendido e muita gente hoje em dia deixa de questionar-se a respeito por acreditar erroneamente que basta a grife para que o mercado reconheça o seu valor.

É o caso de quem inicia uma formação qualquer em decorrência do grande interesse pessoal de fazer três matérias específicas e depois se arrepende ao se dar conta de que fez um investimento significativo – financeiro e de tempo – para obter o retorno que um curso de curta duração já permitiria.

Se você é recém-graduado e iniciou sua trajetória há pouco tempo, o MBA não é a especialização mais indicada no momento, pois o repertório profissional amplo é necessário para que este tipo de especialização alavanque a carreira . Só que cada vez mais pessoas cursam gestão comercial sem jamais terem trabalhado com vendas ou fazem um MBA em logística quando desconhecem totalmente o negócio transporte.

Nestes casos, os resultados insatisfatórios não são consequência de uma grade curricular ruim ou de professores despreparados e sim provenientes da inexperiência dos alunos ou da distância profissional em relação àquilo que escutam em sala. Logo, até mesmo o networking acaba sendo mínimo, pois se a pessoa pouco oferece ao grupo acaba não chamando a atenção daqueles poderiam fazer negócios com ela.

Quadro diferente de quem já atua em determinada área há um bom tempo e faz o MBA para ampliar suas habilidades conceituais, trocar experiências ou rever práticas de trabalho . A maturidade pessoal combinada com preciosas horas ao lado de quem vive num universo próximo lhes agrega e muito.

A questão, portanto, não se resume a fazer ou não um MBA e sim porque fazê-lo . Se você tem uma resposta convincente para si mesmo e sabe aonde quer chegar, fica mais fácil avaliar qual curso escolher, em qual universidade confiar sua formação e qual o momento certo para investir seu tempo e dinheiro nele.

Wellington Moreira
wellington@caputconsultoria.com.br

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